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Sinto vergonha de mim…

Sinto vergonha de mim…
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade”
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro !

CLEIDE CANTON

“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.”

Trecho de discurso de Ruy Barbosa

 
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Publicado por em junho 23, 2011 em Textos, poesias e algo mais...

 

Entre você e Deus

Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil, assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem a paz do Senhor, é Feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja Feliz assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que no final das contas, é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e as outras pessoas.

Madre Tereza de Calcutá

 
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Publicado por em junho 5, 2011 em Uncategorized

 

Flores em vida – Paulo César Baruk

 
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Publicado por em maio 5, 2011 em Vídeos - Músicas

 

O meu querer – Paulo César Baruk

 
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Publicado por em maio 5, 2011 em Vídeos - Músicas

 

Deus nos livre de um Brasil evangélico

Ricardo Gondim
Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.

Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico.

Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar “crente”, com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?

Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.

Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.

Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.

Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista.

O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.

Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.
Soli Deo Gloria
7-02-11

 
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Publicado por em maio 4, 2011 em Reflexões

 

A música é santa?


“Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.” João 1:3 

Já ouvi esta pergunta dezenas, centenas de vezes. Resolvi abordar este tema para ajudar a elaboramos melhor nosso entendimento a respeito da música.

Cremos, existencialmente, que tudo que há no universo foi criado por Deus, inclusive a música, porem, como qualquer arte, a música é desprovida de caráter. Não existe música santa e musica profana. Não existe um acorde divino e um acorde profano. Um instrumento musical tal qual uma ferramenta de qualquer profissional, é desprovido de alma, ele é fruto de quem o está tocando.

A música se destina a diversos propósitos, podemos glorificar a Deus e podemos também abordar temas morais, éticos, poéticos, relacionais. Como veículo, como uma linguagem a utilizamos  para expressar o que sentimos e pensamos. Ela não é um fim em si mesma, mas um meio para um fim. A música é a expressão dos sentimentos humanos através dos sons.

Está escrito que “toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1:17). Se cremos que a música é um dom que recebemos de Deus precisamos entender que seu uso não está necessariamente  vinculado a um cunho religioso. Do contrário seria o mesmo que presentear alguém e exigir que esta pessoa utilize o presente somente nas condições daquele que o presenteou. O que Deus nos dá, o faz de forma liberal e não pede nada em troca. Do contrário o louvor seria vazio, sem significado e propósito.

Basicamente, a motivação é definidora que tipo de música é tocada, tem a ver com quem executa e não com a música em si. A musica é uma das formas de glorificarmos a Deus, como está escrito “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”.

Que tipo de música devemos ouvir e tocar? Não há música melhor ou mais apropriada do que outra, todo estilo musical é válido e pode-se ouvir e tocar. Assim como a música, não existem estilos musicais sagrados ou profanos, o que existe é o gosto pessoal e o fato de um determinado estilo não agradar a um gosto pessoal não o faz ser profano muito menos sagrado. Muito do que ouvimos como “certo” ou “errado” a respeito da música não tem qualquer base bíblica inclusive, mas sim cultural. Cabe a nós filtrarmos o que nos convém, primeiro de nossa própria cultura, e depois das demais. O problema é que estes filtros acabam se tornando tradições e assumindo um caráter imperativo.

O bom músico, deve aprender a apreciar todo o tipo de linguagem musical sem preconceito. O poder criativo do homem é reflexo do único Criador de todas as coisas.

Com relação a letra, a música não reflete necessariamente o caráter de seus compositores. É necessário separar a música composta do compositor da música. Platão escreveu: “O poeta é aquele que, na sua loucura inspirada, recria o belo, destilando verdades divinas”.  Há pessoas que não são do meio “religioso” que compõem músicas que expressam verdades pungentes, enquanto muitos, tidos como “evangélicos”, “religiosos”, produzem obras que deixam muito a desejar.

Eduardo José Domingues

 
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Publicado por em maio 4, 2011 em Reflexões

 

Deus sob os olhares da Verdade e da Beleza

Por Laércio Amori

È fato que o pragmatismo do nosso mundo moderno requer construções de verdadeiro e de falso, parece-me que o racionalismo tomou conta dos cantos, dos redutos, das habitações dos poetas/profetas. As verdades, ou, a verdade, nesses tempos secos da alma, são brutas, mordaça dos sonhadores e visionários. Aqui as verdades sempre legitimam as grandes estruturas de poder e não valoriza a vida, porque para falar da vida é preciso se tornar poeta/profeta, é preciso ser amante.
Os poetas alimentam-se da beleza da vida, de jardins, e os profetas denunciam as estruturas que aprisionam essa vida, denunciam as coisas feias, mesmo que essas estruturas/prisões sejam construídas por sacerdotes. Mas sacerdotes não estão a serviço de Deus e da vida? É, em tese sim.
Mas o que dizer da teologia ?
Teologia não é nem poema e nem profecia, teologia é tentativa de fazer poesia e profecia, é por isso que você pode escolher a beleza ou a verdade na elaboração da vida.
Temo que nossas leituras bíblicas sejam apenas para buscar fundamentos ilustrativos, bases seguras, verdades norteadoras, somente para legitimar o poder e as ambições que habitam em nós.
Não se pode conceber uma teologia de libertação que não seja beleza, ternura, graça, misericórdia.
E ai me lembrei do texto biblico de Mateus (12.1-8), que fala que Jesus sacia a fome dos discípulos quebrando dogmas. Lembrei-me também da mulher acusada de adultério e Jesus liberando-a para a vida, passou pela minha mente a figura de um Pedro que nega, mas que não é descartado por Jesus; sem contar o profundo envolvimento de Jesus com um amigo, que na sua morte provoca-lhe choro, emoção advinda da ausência. E o que dizer das cirandas, das festas, dos abraços das crianças, o que dizer da angustia provocada pela vontade de não morrer. Todos esses exercícios são manifestações estéticas da vida e para a vida

Portanto para mim Teologia de beleza:

1. Celebra cada momento como único, e nesse momento embriagar-se de amar. (É preciso amar como se não houvesse o amanhã)
2. Convida a desfrutar de um bom vinho, numa noite fria ou não, ao redor de amigos, aquentados por uma fogueira. Alias, não deviam usar as fogueiras para queimar os hereges, devia usar as fogueiras para nas noites frias entoarem cânticos e dançarem suas esperanças.
3. Faz-me perceber no outro a Imago Dei
4. Reanima-me a partir das esperanças do Reino, mundo de Justiça, de paz, de vida ao redor de sorrisos, de abraços
5. Celebra a vida não o dogma
6. Faz-me querer um amor pra dividir com ela o meu corpo (minha esposa Ju)
7. Encoraja-me a fazer de mim um milagre pro outro
8. Me permite errar
9. Faz-me encantado com a simplicidade da criança
10. Faz-me servo do sorriso, da alegria, do abraço, do olhar, da vida
11. Não me deixa atormentado pela sedução do poder, do mercado, do consumo
12. Constroi em mim, a partir do exemplo da cruz, a solidariedade
Talvez fosse interessante se tivéssemos um momento, ou momentos para saraus, onde dedicaríamos um tempo a poesia, a musicalidade, as expressões corporais leves e belas.

Mas e quanto a verdade?
A verdade muitas vezes petrifica a alma, engessa o olhar, encastela a vida

1. Vocês já viram alguém parar de fumar por conhecer a verdade ? (fumar pode causar câncer, fumar pode causar efizema pulmonar…)
Possivelmente não !
E elas começam a fumar mesmo conhecendo a verdade

2. É a convicção da verdade que faz com que pessoas coloquem bombas no corpo e destruam outros.
3. Foi em nome da verdade que os EUA bombardearam o Iraque matando milhares de inocentes, em nome de Deus inclusive.
3. Foi sob o prisma de verdade étnica  que houve mortes de milhares de pessoas em Ruanda, na África.
4. É em nome da verdade que fuzilamos com o olhar todos aqueles que não patrocinam o nosso egoísmo.
5. Verdade na nossa estrutura, é mais uma produção que sustenta o ódio, o desprezo, o medo e violências, que ação misericordiosa.
Verdade na Bíblia não é formulação filosófica ou teológica, verdade na Bíblia é uma pessoa. Com pessoas você se relaciona. Com pessoas você transita pela vida pelo simples fato delas existirem
A verdade conceitual na Bíblia é em muitos momentos relativizada pela possibilidade da vida ser aquecida pelo amor (parábola do bom samaritano – numa estrutura religiosa engessada, e determinista, somente o amor poderia relativizar essa estrutura e resgatar atitudes que enaltecem o outro)
São as convicções de verdades que constroem as inquisições. Hoje não mais com fogueira, hoje não mais com espada. Hoje as técnicas são outras. Mas as inquisições continuam e o fio condutor da inquisição é a verdade.
Verdade que se distancia da beleza parece mais com fardos pesados. Precisamos é de asas, e nesse caso as asas são construidas pela beleza da vida, pela tolerância, e só se voa quem esta leve.
Hoje ninguém mais está preocupado com dogmas, verdades. Hoje se procura a leveza da coerência. Discurso e pratica.
Quero, portanto me afastar da verdade. Mas qual verdade?
Daquela que ostracisa; daquela que mutila a liberdade de refletir; daquela que afasta da comunhão; daquela que não respeita o outro, daquela que faz a manutenção do poder e da indiferença.
Por isso quero que minha teologia seja de libertação, seja companheira; seja amiga; que conduza aos braços de Cristo Jesus, que anime a caminhada.
Teologia de beleza ou teologia da verdade, o que vamos (produzir) semear.

 

 

 
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Publicado por em dezembro 15, 2010 em Reflexões

 

Paciência – Lenini

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma

A vida não pára

Enquanto o tempo acelera e pede pressa

Eu me recuso faço hora, vou na valsa

A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal

E a loucura finge que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz

A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber

Será que temos esse tempo pra perder

E quem quer saber, a vida é tão rara… tão rara

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma

Eu sei, a vida não pára

A vida não pára não

Será que é tempo que lhe falta pra perceber

Será que temos esse tempo pra perder

E quem quer saber, a vida é tão rara… tão rara

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma

Eu sei, a vida não pára

A vida não pára não

A vida não pára

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Publicado por em dezembro 15, 2010 em Reflexões

 

Deus castiga?

“…ame ao Senhor todo o seu povo, separado pra ser dEle. Pois o Senhor protege aos fiéis mas castiga os orgulhosos..”

Ouvi esta música outro dia. Fiquei chocado. Esta música esta “baseada” no Salmo 31, aliás é o título dela.

Realmente no versículo 23 Davi diz: “…o Senhor preserva os fiéis, mas os arrogantes dá o que merecem.”

Mas ao ler todo o capítulo fica claro que Davi esta desabafando a Deus, de como seu coração está triste, de como as pessoas fogem dele por conta de tantos inimigos que possui, o quanto deseja se livrar dos seus inimigos.

Na verdade “dar ao arrogantes o que merecem” é um desejo do coração de Davi e não uma afirmação de que Deus faz isso. Aliás temos que lembrar que a mente de Davi trabalha dentro do conceito “dente por dente e olho por olho”.

O que me preocupa com relação a música em questão, é que como ela, centenas de músicas são colocadas “no ar” todos os dias por veículos de comunicação em massa (Radio, TV, internet). Com a mesma idéia, de que Deus é um ser que separou um povo específico para abençoar, ou seja, se você não faz parte deste “clube” você está frito.

Se nos meios de comunicação são veiculadas mensagens deste porte, onde é que entra o amor expresso em Cristo? Os mais rápidos defensores da moral e dos bons costumes religiosos vão logo dizer: “…ora, é só aceitar a Cristo com salvador que está tudo resolvido!”

Não! Pensar que Deus apenas olha para aqueles que dizem sim a um “apelo religioso e circunstancial” é tornar DEUS em deus, é fazê-lo pequeno demais. É achar que só chove na minha horta porque sou “salvo”.

Sinceramente não vou fazer exercícios mirabolantes com versículos bíblicos para explicar como e porque Deus faz, ou não, as coisas. Porque a grande da verdade nem os maiores teólogos sabem, apenas criam “teorias” para mostrar como são inteligentes, de como “conhecem” a Deus, pura balela. O que sabe e que Deus se revelou aos homens em Cristo, e simplesmente dEle jorrou, transbordou amor.

Portanto, é necessário selecionar melhor o que ouvimos e cantamos, não porque Deus vai nos castigar se fizermos algo errado, mas porque o mundo está carente é de amor, de guerra a gente já ta cheio!

Aliás não precisamos que Deus nos castigue, porque nos já fazemos isso, e fazemos muito bem.

Eduardo

 
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Publicado por em dezembro 15, 2010 em Reflexões

 

Qual é o seu preço?

Por Eduardo J. Domingues

“O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. “O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou” . (Mateus 13:44-46).

Qual é o seu preço? Quanto custa para você doar um pouco do seu tempo em favor do reino de Deus? Quanto acha que você vale no mercado? Qual o valor de um abraço? Um sorriso? E lágrimas de um coração ao encontrar sentido para a viver, quanto você acha que vale?

A gente se vende muito barato, pelo menos é o que eu acho. Por aproximadamente 170 horas semanais nos vendemos por alguns reais, quinhentos, dois mil, cinco talvez, se fosse dez mil reais, para mim seria barato. Porque por estes valores muitas vezes fazemos coisas que não gostamos ou queremos. Quem gosta de acordar de madrugada em um dia muito frio e chuvoso pegar transporte público lotado passar em média oito horas “preso”. Se você é normal, acredito que não gosta. E isto é só um exemplo dentro de vários.

Outro dia li o texto postado no site da Betesda Osasco com o título “Evangelize-me”, um texto ótimo por sinal e recomendo sua leitura para quem não o fez. Mas quero aproveitar este tema para dizer que necessitamos urgentemente sermos evangelizados! Não no sentido de nos “doutrinarmos”,  mas para possamos ouvir falar sobre Jesus, o Cristo. Para que possamos ser contagiados, possamos nos apaixonar, amar loucamente, voltar ao primeiro amor pelo reino. Não por uma instituição, mas pelo tesouro escondido, pela pérola de grande valor que não tem preço.

Porque somos hipócritas, pregamos liberdade, amor, mas nem sabemos direito o que é isso. Enchemos a boca em discursos bem elaborados, mas o serviço voluntariado que é o mínimo que podemos fazer em nossa comunidade é sempre deixado de lado, não está  nem em segundo plano, está sempre em último. E isto não é um problema só de nossa comunidade, todo comunidade que faz a opção em pregar o evangelho livre do julgo religioso sofre com isso. É um sofrimento em  conseguir pessoas para efetuar as mais diversas tarefas  na comunidade, são poucos que tem a coragem de assumir compromissos e cumpri-los, aliás, creio que são poucos que verdadeiramente encontram a pérola de grande valor.

Qual o seu preço? Será que se oferecermos salários para as tarefas necessárias na comunidade  as pessoas de disponibilizariam mais, seriam mais responsáveis, cumpridoras de suas palavras? Naturalmente surge uma outra pergunta; que valor tem o reino de Deus para você? Sabe aquele ditado “Não jogue pérolas aos porcos”, as vezes eu me sinto exatamente assim.

Não creio que deveríamos viver enfiados nas comunidades, mas se todos verdadeiramente conseguissem enxergar a importância do nosso trabalho como reino de Deus que leva vida à pessoas, com certeza o “piano” ficaria muito mais leve. Teríamos menos discursos e mais ações, não ficaríamos com medo de colocar a mão no bolso e contribuir com projetos que visam restaurar vidas, disporíamos mais de nosso tempo, ao invés de ficar buscando desculpas e “muletas” para não cumprir compromissos assumidos, basta um pouco de cada um que podemos fazer muito.

Cristo sabia exatamente o valor desta pérola, pagou com a própria vida. E nós?

 
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Publicado por em agosto 12, 2010 em Reflexões